Olá Criptomaníacos, apresentamos hoje a segunda edição da nossa análise on-chain, onde traremos os principais destaques da rede do Bitcoin, sob os mais diversos aspectos, para ajudá-lo a compreender melhor a dinâmica das Criptomoedas.
Não é novidade para quase ninguém que as Criptomoedas representam um grande potencial de inovação sobre as finanças e a forma como nos relacionamos com o dinheiro, mas as métricas de análise e valoração convencionais são insuficientes para entender essa nova classe de ativos.
Porém, a Blockchain gera constantemente uma rica, aberta e incorruptível fonte de dados financeiros, que nos permite mensurar as principais métricas de atividade da rede do Bitcoin.
Esses dados são conhecidos como On-Chain, e podem oferecer uma perspectiva complementar a outros tipos de análise, buscando identificar se os preços refletem os fundamentos, ou divergem dos mesmos.
Nas últimas semanas o Bitcoin precisou passar pelo mais intenso ajuste de dificuldade de mineração da sua história, após queda significativa do Hashrate (força computacional da rede) em resposta ao aumento das regulações contra os mineradores na China.
Um ajuste que ocorre de forma automática e silenciosa, trazendo estabilidade para que as transações possam continuar ocorrendo normalmente, e cada novo bloco seja minerado no prazo médio de 10 minutos.
Além de abordar essa importante dinâmica, teremos a oportunidade de investigar a posição dos principais participantes desse mercado, assim como a estrutura dos contratos futuros em aberto no Bitcoin.
Assim como o impacto na velocidade das transações, discutido na última edição da nossa análise on-chain, o ajuste de dificuldade de mineração, que tornou mais fácil a tarefa em aproximadamente 28%, também vem ajudando a força computacional total da rede a se recuperar.
Dois principais motivos podem ser creditados a essa recuperação, sendo em primeiro lugar o sucesso da realocação dos equipamentos para outros lugares do mundo, especialmente nos EUA, que já conta com mais de 17% de toda a mineração global, representando um aumento de 151% desde setembro de 2020, de acordo com reportagem da CNBC.
Mas também devido à queda de dificuldade de mineração mencionada, que tornou a atividade mais lucrativa para aqueles que seguiram na atividade, e fez com que até mesmo alguns equipamentos antes pouco eficientes, se tornassem novamente rentáveis.
Fonte: Vector PRO (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Para entender a dimensão do impacto, o Hashrate que chegou a superar os 190 EH/s no começo de maio, fez mínimas próximo aos 60 EH/s, o que representou uma queda de aproximadamente 65%, e ainda assim a rede continua operando de forma interrupta, reforçando a resiliência do seu protocolo sobre as mais adversas condições.
Em meio a esse cenário conturbado, os mineradores que foram forçados a lidar com onerosas despesas logísticas e outros riscos associados a realocação de seus equipamentos (e por isso exerceram pressão vendedora no mercado) começam a mostrar reversão nessa dinâmica.
Esses participantes têm forte influência nas cotações, uma vez que todo novo Bitcoin ao entrar em circulação passa primeiramente por suas carteiras, tornando-o mais ou menos escasso no curto prazo.
Essa dinâmica pode ser positiva para os preços, a depender da continuidade desse movimento ao longo dos próximos dias e semanas.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
O comportamento dos investidores institucionais, cada vez mais relevantes no mercado de Criptomoedas ao longo dos últimos meses, ainda segue em dinâmica mista.
Começando pelo “Grayscale” (GBTC), que possui as maiores reservas entre os analisados (atualmente em aproximadamente 650.000 Bitcoins), segue reduzindo posições constantemente desde o final de fevereiro e com deságio superior aos 10%.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
O mesmo pode ser observado no “The Bitcoin Fund” (QBTC), que reduziu no mesmo período a sua posição de mais de 23.000, para menos de 13.000 Bitcoins, e também negocia com deságio de aproximadamente 6% nas suas cotações.
Ambos seguem exercendo pressão vendedora sobre as cotações, e não há maiores sinais de reversão nessa dinâmica por enquanto.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Por outro lado, o ETF canadense Purpose Bitcoin, que estreou as negociações na segunda metade de fevereiro, segue acumulando cada vez mais, inclusive acelerando as compras durante o movimento de baixa.
Ao todo já são mais de 22 mil Bitcoins detidos pela gestora, mas com perda de momentum nas últimas semanas. A depender da continuação dessa dinâmica ao longo das próximas semanas, esse pode ser um importante sinal de volta de apetite por parte dos investidores institucionais.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Já aqueles investidores que possuem grandes quantidades de Bitcoin em carteira, conhecidos popularmente no meio como “baleias”, começam a dar os primeiros sinais de reversão na dinâmica vendedora.
Nos últimos dias houve um aumento pontual na métrica que monitora o número de carteiras com mais de 1.000 BTCs, mas que precisa ainda se mostrar persistente para um sinal mais contundente de acumulação.
Fonte: Lookintobitcoin (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Chegando ao fim da nossa análise, temos também a oportunidade de monitorar a estrutura de contratos futuros em aberto nas principais corretoras do mercado. Essa é uma métrica que tende a causar impacto em um horizonte de tempo de mais curto prazo.
O recente movimento de alta que afastou as cotações do importante nível de suporte em US$30.000 fez com que os investidores voltassem a aumentar as apostas na baixa. Como grande parte desses contratos tem vencimento na última sexta-feira de cada mês, pode ser esperada uma pressão sobre os preços até essa data.
O gráfico abaixo mostra a taxa de financiamento para esses contratos perpétuos, que volta a se aproximar do menor patamar registrado no mês.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Com esses dados, esperamos oferecer uma visão complementar da rede do Bitcoin, e como estão se comportando os principais participantes do mercado, visando separar os fundamentos e sinais que as blockchains oferecem, dos ruídos que as notícias e opiniões diversas podem apresentar aos investidores.
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Esta análise foi elaborada pela Criptomaníacos e tem como único objetivo fornecer informações para auxiliar a tomada de decisão do investidor, e não constitui nem deve ser interpretada como recomendação de compra ou de venda de qualquer instrumento financeiro contido na mesma, que podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, uma vez que o investimento em renda variável é considerado de alto risco e pode ocasionar perdas.