Olá Criptomaníacos, apresentamos hoje a terceira edição da nossa análise on-chain, trazendo as principais atualizações da rede do Bitcoin após o forte e recente movimento de alta visto no mercado.
Não é novidade para quase ninguém que as Criptomoedas representam um grande potencial de inovação sobre as finanças e a forma como nos relacionamos com o dinheiro, mas as métricas de análise e valoração convencionais são insuficientes para entender essa nova classe de ativos.
Porém, a Blockchain gera constantemente uma rica, aberta e incorruptível fonte de dados financeiros, que nos permite mensurar as principais métricas de atividade da rede do Bitcoin.
Esses dados são conhecidos como On-Chain, e podem oferecer uma perspectiva complementar a outros tipos de análise, buscando identificar se os preços refletem os fundamentos, ou divergem dos mesmos.
Ainda precisando lidar com uma menor força computacional disponível (Hash Rate), a rede do Bitcoin vem operando sem maiores congestionamentos, demoras não habituais, ou picos no custo das transações graças ao mecanismo de ajuste de dificuldade de mineração. Mas esse foi assunto para as últimas edições do nosso relatório on-chain.
Acontece que todo esse recente reordenamento trouxe impactos importantes para alguns participantes do mercado, especialmente aqueles mineradores que não foram forçados a desligar suas máquinas, vendo um aumento significativo na sua receita, e teremos a oportunidade de analisar nessa edição, entre outros assuntos, também esse fator.
Mesmo com a lenta recuperação do Hash Rate nas últimas semanas, apenas 25% separam a mínima do ano com a leitura atual dessa métrica, sinalizando que muitos dos mineradores forçados a desligar suas máquinas ainda não voltaram às atividades.
Com isso, a receita daqueles que permaneceram operantes teve um salto de aproximadamente 57% desde o início de junho, para uma mesma quantidade de força computacional investida na rede.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Como resultado disso, em conjunto com o recente aumento dos preços, os mineradores passaram a aumentar suas reservas nos últimos dois meses, na ordem de aproximadamente 5 mil Bitcoins por mês, o que pode ser bastante positivo para os preços.
Isso porque, ao “encarteirar” as novas moedas que são geradas, não somente deixam de exercer pressão vendedora sobre o mercado, como também tornam a oferta de Bitcoins mais escassa.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
A Chain Analysis, uma plataforma que provê dados e outros serviços relacionados às blockchains, criou um índice para analisar a adoção global das criptomoedas, medindo principalmente as transações locais em P2P, ponderando pela renda média per capita de cada país.
O resultado do relatório foi que a adoção disparou 880% nos últimos 12 meses, com principalmente os países emergentes liderando o ranking de crescimento, seja em busca de proteção contra os movimentos inflacionários que os governos tem causado, ou até mesmo como fonte de renda com novas aplicações DeFi.
Fonte: Chain Analysis (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Uma métrica on-chain que se tornou bastante popular no último movimento de alta foi a quantidade de Bitcoins disponíveis nas corretoras, à medida que os investidores, ao sacarem suas moedas, tornavam a oferta circulante cada vez mais escassa.
Essa dinâmica, que se se inverteu brevemente durante o forte movimento vendedor de maio, com alguns investidores não acostumados com a alta volatilidade deixando o mercado, volta a apresentar um volume de saques na ordem de 50 mil a 100 mil Bitcoins por mês.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Essa é uma métrica que corrobora um aumento da demanda global, que vem tornando o ativo cada vez mais escasso.
Apesar do recente acúmulo de Bitcoins por parte dos mineradores e pequenos investidores, uma importante métrica tem divergido dessa dinâmica nos últimos dias.
Abaixo podemos acompanhar em vermelho o total de moedas que são detidos apenas por aquelas carteiras que possuem um saldo mínimo de mil Bitcoins, contra a evolução de preço em azul.
Essa foi uma métrica que ajudou a antecipar o movimento vendedor dos últimos meses, e embora tenha sinalizado que esses investidores, conhecidos popularmente no meio como “baleias”, tenham comprado na baixa, essa dinâmica voltou a perder momentum com uma desaceleração das compras.
Caso persista, isso pode sinalizar uma eventual nova correção para os preços, mas que deve ficar mais restrita ao curto prazo, por diversas sinalizações de retomada do ciclo de alta, que teremos a oportunidade de tratar na próxima edição da nossa análise on-chain.
Fonte: Vector Pro (Clique na imagem para ver em alta resolução)
A dinâmica dos fundos de investimento e ETFs segue ainda em dinâmica muito similar ao que trouxemos na última edição, demonstrando baixo apetite dos investidores institucionais à essa classe de ativos no curto prazo, inclusive mostrando deságio nas cotações.
Com esses dados, esperamos oferecer uma visão complementar da rede do Bitcoin, e como estão se comportando os principais participantes do mercado, visando separar os fundamentos e sinais que as blockchains oferecem, dos ruídos que as notícias e opiniões diversas podem apresentar aos investidores.
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Aviso legal:
Esta análise foi elaborada pela Criptomaníacos e tem como único objetivo fornecer informações para auxiliar a tomada de decisão do investidor, e não constitui nem deve ser interpretada como recomendação de compra ou de venda de qualquer instrumento financeiro contido na mesma, que podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, uma vez que o investimento em renda variável é considerado de alto risco e pode ocasionar perdas.