Olá Criptomaníacos, nesta edição da nossa análise on-chain trazemos as principais atualizações do Bitcoin, dos mais variados aspectos de sua rede e participação dos investidores.
Não somente o Bitcoin, mas o mercado de criptomoedas no geral tem enfrentado uma volatilidade adicional nos últimos dias, a medida que o encaminhamos para um fechamento mensal com queda superior aos 10%, o equivalente a perdas de quase US$250 bilhões em capitalização de mercado total.
Porém a queda dos preços conta com elementos de uma maior pressão por parte dos reguladores, especialmente da China, que vem endurecendo restrições e brechas deixadas anteriormente, como também um cenário de maior aversão a risco nos mercados globais, refletindo até mesmo em ações e títulos de dívida.
Dessa forma teremos a possibilidade de analisar as condições técnicas do Bitcoin, através de dados on-chain, para trazer uma visão complementar e auxiliar os investidores na percepção se a recente queda se trata de um cenário de maior risco ou de oportunidade para se expor ao ativo.
Os períodos de maior valorização do Bitcoin costumam ser acompanhados de um também maior uso de sua rede, à medida que novos investidores, traders e especuladores passam a demandar por transações. O contrário pode ser identificado em movimentos de desvalorização, conforme cada vez menos participantes permanecem ativos e interessados no uso da rede.
Divergindo da recuperação vista nos preços ao longo da segunda metade de julho e agosto, tanto o número de endereços ativos, quanto de novos endereços permanecem ainda em patamar bastante distante das máximas vistas no ano.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
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Esse dado pode dar suporte a tese de que a correção superior aos 50% em maio pode ter afugentado alguns investidores novatos, e a maioria dos participantes ativos no Bitcoin atualmente são acumuladores e holders de mais longo prazo, colocando em dúvida sua força para dar suporte aos preços nos níveis atuais.
Por outro lado, o sucesso a longo prazo do Bitcoin também exige um aumento de eficiência nas transações, seja na agilidade de validação ou em taxas e custos, para que possa vir a se tornar amplamente utilizado no cotidiano.
Para avançar na escalabilidade da rede, o SegWit, atualização ativada no dia 24 de agosto de 2017, e que possibilita um maior número de transações por bloco, vem sendo cada vez mais adotado e atingiu novas máximas históricas.
O gráfico abaixo mostra que aproximadamente 80% das transações atualmente são realizadas através de endereços SegWit, com crescimento acelerado nos últimos meses.
Fonte: Blockchair (Clique na imagem para ver em alta resolução)
A Lightning Network também aparece como alternativa para solucionar a escalabilidade do Bitcoin, permitindo que transações sejam processadas em segunda camada (off chain), através de nodes Lightning.
O resultado são transações praticamente instantâneas com custo quase desprezível, e já vem sendo utilizado em El Salvador, além de atrair o interesse do Twitter para integrar seu sistema de pagamentos.
Nos últimos dias o número de nodes, canais abertos e a capacidade total da Lightning Network também atingiram máximas históricas.
Fonte: The Block (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Essas soluções têm permitido que mesmo durante uma menor disponibilidade de força computacional na rede, ainda não totalmente recuperada após o banimento dos mineradores da China, as taxas de transação encontrem-se atualmente em patamar bastante razoável.
Fonte: The Block (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Entender a dinâmica em que os principais participantes do mercado estão atuando pode ser um dos insights mais poderosos para a tomada de decisão na hora de investir. Por isso traremos as principais atualizações.
O principal meio de exposição ao Bitcoin por parte dos investidores institucionais é o GBTC (Grayscale Bitcoin Trust), que possui mais de 640 mil Bitcoins em seu balanço, e segue reduzindo exposição de forma lenta e gradual desde o final de fevereiro.
Além disso, o deságio visto em suas cotações, que é um sinal de baixo apetite desses investidores, voltou a aumentar nas últimas semanas e negocia com aproximadamente 15% de desconto com relação aos ativos que possui.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
O formato com que os Bitcoins são armazenados, em UTXOs, permite que seja feito um monitoramento do tempo em que aquela moeda foi movimentada pela última vez. Dessa forma, podemos acompanhar a média de idade dos Bitcoins que estão sendo gastos, em busca de pistas sobre o comportamento dos investidores.
Ao analisar o indicador Spent Output Age Bands, identificamos que na última semana houve um aumento de atividade dos holders, principalmente aqueles que detém seus Bitcoins em carteira por pelo menos 6 meses, que podem ter aproveitado a recente recuperação do mercado para realizar lucros.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Já os mineradores, que executam importante papel dentro do ecossistema das criptomoedas, sendo recompensados com novos Bitcoins que são gerados, tem aumentado rapidamente seu balanço nos últimos meses.
Depois da forte distribuição no final de 2020, os mineradores já aumentaram suas reservas em mais de 14 mil Bitcoins, e ao mesmo tempo em que sinaliza uma menor oferta do ativo, tendendo a ser positivo para os preços, abre espaço para eventuais realizações de lucro.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Com esses dados, esperamos oferecer uma visão complementar da rede do Bitcoin, e como estão se comportando os principais participantes do mercado, visando separar os fundamentos e sinais que as blockchains oferecem, dos ruídos que as notícias e opiniões diversas podem apresentar aos investidores.
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Esta análise foi elaborada pela Criptomaníacos e tem como único objetivo fornecer informações para auxiliar a tomada de decisão do investidor, e não constitui nem deve ser interpretada como recomendação de compra ou de venda de qualquer instrumento financeiro contido na mesma, que podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, uma vez que o investimento em renda variável é considerado de alto risco e pode ocasionar perdas.