Olá Criptomaníacos, nesta edição da nossa análise on-chain trazemos as principais atualizações do Bitcoin, dos mais variados aspectos de sua rede e participação dos investidores.
O mês de novembro foi marcado pela alta volatilidade no preço do Bitcoin, que após registrar novas máximas históricas em US$69.000, chegou também a recuar mais de 20% de tal patamar, com diversos veículos da mídia tradicional cravando o início de um bear market (mercado de baixa).
Muito se deve ao movimento de aversão a risco que ganhou cena novamente nos mercados globais, impactando diversas classes de ativos, incluindo ações, commodities, títulos de dívida, e moedas de países emergentes. As Criptomoedas não passaram imunes.
Os principais componentes que trazem cautela aos investidores são a nova variante de Covid-19, a Ômicron, que pode motivar novas ondas de Lockdown por governos ao redor do mundo, e a sinalização do presidente do FED, Jerome Powell, em acelerar a redução dos estímulos econômicos para conter a inflação.
Diante deste cenário, teremos a oportunidade de analisar as condições técnicas do Bitcoin através dos dados on-chain, para trazer uma visão complementar e auxiliar os investidores na tomada de decisão.
A força computacional fornecida pelos mineradores, que garante segurança e estabilidade para a rede do Bitcoin, havia sido duramente impactada pelas restrições impostas pelo governo chinês em meados do mês de Maio, chegando a cair pela metade, uma vez que o país concentrava grande parte da atividade.
Mesmo assim o Bitcoin demonstrou grande resiliência, e seguiu operando sem maiores problemas graças ao seu mecanismo de ajuste de dificuldade de mineração. Hoje, mais de cinco meses depois, a força computacional medida em Hash Rate, quase já se recuperou por completo.
Fonte: Blockchain.com (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Segundo dados da Universidade de Cambridge, o principal destino dos mineradores tem sido os EUA, onde tem encontrado condições favoráveis inclusive para abrir capital na NASDAQ, como já fizeram Hive Blockchain (HIVE), Hut 8 Mining (HUT) e Bit Digital (BTBT).
O relatório semanal da Coinshares, que rastreia os fluxos de entrada e saída de capital dos principais fundos e veículos de exposição às Criptomoedas, trouxe que o mês de novembro foi de continuidade do apetite pelos ativos digitais.
O Bitcoin foi o ativo que recebeu a maior parte dos recursos, com fluxo positivo de mais de US$550 milhões no mês, enquanto o ETF da ProShares, negociado sob o Ticker BITO, se destacou crescendo em mais de US$300 milhões.
Fonte: Coinshares (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Em termos de fluxo relativo, Solana e Polkadot tiveram forte crescimento de 5,9% (US$ 14,6 milhões) e 8,6% (US$ 11,5 milhões) em ativos sob gestão destes fundos apenas na última semana.
O mercado de derivativos de Bitcoin segue bastante aquecido, com um forte crescimento da participação da CME (Chicago Mercantile Exchange) após a aprovação dos ETFs baseados em Contratos Futuros nos EUA, conforme trouxemos em nossa última análise on-chain.
O atual patamar de apostas encontra-se em um território que historicamente trouxe movimentos de Short e Long Squeeze, onde investidores são forçados a fechar posições alavancadas para cobrir chamadas de margem.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Esses movimentos tendem a trazer ainda mais volatilidade aos preços no curto prazo, deixando por essa ótica o Bitcoin sujeito a fortes e intensos movimentos direcionais.
Por outro lado, a taxa de financiamento desses contratos perpétuos, que pode nos dar mais sinais sobre essas posições, e encontrava-se em patamar extremamente elevado em nosso último relatório, arrefeceu dos mais de 12% na Binance (que lidera o ranking de volume de negociação) e sua leitura atual está próxima dos 3,50% ao ano.
Fonte: The Block (Clique na imagem para ver em alta resolução)
O famoso indicador Crypto Fear and Greed Index, alvo de estudo do nosso último relatório, e que sinalizava necessidade de cautela diante do excesso de otimismo dos investidores, registrou forte queda e se aproximou dos patamares de extremo pessimismo.
Por essa ótica, há uma melhora das condições para o fim do movimento de queda no Bitcoin, assim como a redução das taxas de financiamento para se manter comprado em contratos futuros. Porém, em ambos os casos, ainda há espaço para melhoras significativas, e ainda não sinalizam uma possível reversão de tendência no curto prazo.
Fonte: Alternative.me (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Já com um horizonte de tempo um pouco mais alongado, o indicador NUPL (Net Unrealized Profit/Loss), mede a diferença entre os lucros e prejuízos não realizados, com base nos valores desde a última vez que cada Bitcoin foi movimentado, e pode funcionar também como uma espécie de indicador de sentimento.
Fonte: Glassnode (Clique na imagem para ver em alta resolução)
Sua atual leitura não indica euforia, mas ainda está em patamar de otimismo, e apesar de sinalizar espaço para quedas mais acentuadas, está em linha com o movimento historicamente visto ao longo de ciclos de alta de mais longo prazo como o atual.
As condições de negócio do Bitcoin melhoraram desde nosso último relatório, onde sinalizamos importantes divergências em diferentes horizontes de tempo, com alertas para o curto prazo, mas ainda em momento bastante positivo para prazos mais alongados.
Apesar de diversos riscos terem sido dissipados ou ao menos minimizados, os investidores devem seguir realizando o adequado gerenciamento de suas posições, especialmente ao se expor a essa classe de ativos volátil quando se apresentam fragilidades no mercado financeiro global.
Com esses dados esperamos oferecer uma visão complementar da rede do Bitcoin, e como estão se comportando os principais participantes do mercado, visando separar os fundamentos e sinais que as blockchains oferecem, dos ruídos que as notícias e opiniões diversas podem apresentar aos investidores.
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Aviso legal:
Esta análise foi elaborada pela Criptomaníacos e tem como único objetivo fornecer informações para auxiliar a tomada de decisão do investidor, e não constitui nem deve ser interpretada como recomendação de compra ou de venda de qualquer instrumento financeiro contido na mesma, que podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, uma vez que o investimento em renda variável é considerado de alto risco e pode ocasionar perdas.