Olá Criptomaníacos, na publicação de hoje trazemos duas alternativas para entender o atual movimento do Bitcoin, onde analisamos o cenário de longo prazo para a principal criptomoeda do mercado tanto em dólares, quanto em reais.
Como você já deve imaginar, aquele par de negociação com maior volume e liquidez costuma gerar a maior parte do movimento de um ativo, e é por isso que devemos começar sempre analisando o Bitcoin dolarizado.
Muito se discutiu ao longo do ano se o Bitcoin poderia vir a ser não somente uma moeda de troca, mas também uma de reserva de valor, assim como sua ideia originalmente concebida, especialmente em tempos de crise e de expansão da base monetária de forma organizada por bancos centrais do mundo todo.
Porém na prática o que vimos no começo do mês de março foi uma forte desvalorização da cotação do Bitcoin, portanto ele não serve como reserva de valor frente ao dólar e outras moedas estatais. Certo? Não é bem assim...
O que vimos esse ano foi algo talvez nunca antes visto na história dos mercados. A economia global nunca foi tão interligada, o acesso à informação nunca foi tão rápido, e o mercado de capitais nunca foi tão acessível da forma que é atualmente. Ao adicionarmos essa combinação específica a uma pandemia global de proporções não vistas desde a gripe espanhola há mais de 100 anos, tivemos como resultado um pânico generalizado nos mercados.
Fomos testemunhas de uma série de eventos únicos, em uma busca desesperada por liquidez, trazendo o mais rápido crash da história da bolsa americana, a histórica negociação dos contratos futuros de petróleo a preços negativos (sim, estava-se recebendo dinheiro para levar barris de petróleo), e a maior série de circuit-breaks que o mercado brasileiro jamais viu.
Um mercado ainda tão jovem e proporcionalmente pequeno como o das criptomoedas obviamente não passou ileso, e mesmo sem regulamentações pesadas, sistemas de trava de negociação com limite de oscilação, ou banco central intervindo com reservas cambiais, mostrou-se muito sólido e resiliente, e sua recuperação foi intensa e vigorosa, em formato de ‘V’ com o Bitcoin sendo negociado atualmente a aproximadamente 30% de alta no ano se comparado ao dólar.
E é aqui que a nossa análise começa a ficar um pouco mais técnica. Em um exato espaço de 16 semanas entre uma vez e outra, o preço do Bitcoin visitou três vezes a região dos $10.350, que se apresenta agora como o principal nível de resistência a ser superado, em formato de topo triplo.
Ao mesmo tempo, nessa mesma região passa uma linha de tendência de baixa, que pode ser traçada ao ligar o topo histórico ao topo de Junho de 2019 e a maior cotação registrada em junho deste ano.
Esse nível oferece confluência suficiente para acreditar que ao conseguir superar essa resistência dupla, fazendo um fechamento semanal acima dos $10.500 o preço fica livre para buscar novas máximas históricas, ainda mais com toda a resiliência apresentada, e “energias renovadas” que o Halving de maio pode ainda vir a trazer.
Mesmo com uma reserva cambial em dólares maior que toda a capitalização de mercado do Bitcoin, o real perdeu muito valor ao longo do ano, e isso se reflete de forma muito clara ao observarmos o gráfico do BTC/BRL.
Aqui podemos notar que o preço negocia bem mais próximo ao topo histórico, e o Bitcoin acumula uma alta de aproximadamente 65% no ano. De forma geral, isso mostra porque a maioria dos investidores dão preferência para dolarizar suas operações em Criptomoedas.
É claro que oscilações de câmbio no curto prazo acontecem, principalmente quando entra o componente de juros, mas enquanto o FED (Banco Central americano) tiver como meta manter a inflação do Dólar em apenas 2% ao ano, contra 4% do que é feito com o Real pelo Banco central brasileiro, essa diferença só vai continuar aumentando.
Como mencionado no começo desta publicação, é o par de negociação com maior volume e liquidez que gera os movimentos dos ativos, e é por essa razão que os “gatilhos” de mudança de tendência devem ser feitos tomando o BTC/USD em consideração.
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