O Telegram é uma das principais redes sociais do Brasil e é bem popular. Ele ganhou adoção após alguns problemas de funcionamento do Whatsapp e polêmicas sobre uso dos dados de seus usuários.
As comunidades de criptomoedas utilizam, em grande parte, o Telegram e o Discord para anunciar novidades e interagir com os seus participantes.
Pela maior liberdade que oferece, o Telegram incomoda os governos de vários países, que já chegaram a bloquear o aplicativo em diversas situações. Ele já foi bloqueado na Rússia a alguns anos atrás e com os conflitos recentes entre aquele país e a Ucrânia há rumores que o acesso tem sido retido novamente. Cuba, China e Alemanha são outros exemplos de um total de pelo menos 11 países que já restringiram ou bloquearam o Telegram. Algumas dessas restrições ainda se encontram ativas.
No Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a retirada do ar durante 48 horas do aplicativo de mensagens se a plataforma não cumprir com a decisão de janeiro que determinou o bloqueio de três perfis que estariam sendo usados para propagar discurso de ódio e fake news. Ainda é estipulada uma multa de 100 mil reais se a ordem não fosse cumprida em 24 horas após seu anúncio, ocorrido em 25 de fevereiro de 2022.
No caso do STF ordenar o bloqueio do Telegram, seja nesta situação ou em qualquer momento no futuro, como é possível que os usuários possam acessar o aplicativo no Brasil?
Em nosso artigo vamos conhecer uma forma de continuar a usar essa mídia independente das decisões do STF. Isso é possível através do uso de VPNs.
VPN é uma sigla que vem da expressão “Rede privada virtual” (Virtual Private Network, em inglês). Esse é um recurso que possibilita uma conexão de rede protegida ao usar uma rede pública. As VPNs criptografam os dados que trafegam na internet e, por isso, é possível ocultar a identidade online. Assim, fica mais difícil que terceiros possam identificar o que você faz enquanto navega online. Também fica menos provável que seus dados sejam roubados, já que a criptografia acontece em tempo real.
VPN oculta seu IP e mesmo seu Provedor de Serviços de Internet não poderá saber em que sites você visita ou os dados trafegados. E é por essa proteção de dados que você poderá continuar a acessar o Telegram mesmo que o STF decida derrubá-lo no Brasil.
Se você procurar na Google Play ou na Apple Store, verá que existem os mais diversos modelos de VPNs, tanto gratuitas quanto pagas. Em nosso artigo vamos usar como exemplo a Google Play. Mas se você usa iPhone, não se preocupe. Os passos são bem parecidos para se instalar qualquer VPN.
É importante que você faça uma pequena pesquisa para entender qual te atende melhor e qual deles pode ser mais seguro. Aqui em nosso texto, apenas selecionamos um dos vários VPNs com intuito educacional.
Em nosso caso, buscamos pelo termo VPN e resolvemos instalar uma que fosse gratuita, com alto número de instalações e avaliações positivas. Como não somos responsáveis pelo app usado nem possuímos nenhum vínculo com ele, recomendamos que você faça sua própria análise e escolha a melhor opção baseando-se em sua necessidade, assumindo os riscos da instalação. Não se esqueça de ler os termos de uso.
Ao usar uma VPN, queremos ocultar nossa localização real. Então, antes de rodar o aplicativo, vamos ver a atual localização do IP de nosso dispositivo.
Como observado na imagem, o IP está endereçado em Minas Gerais, que é o estado onde este artigo está sendo escrito.
Você pode conferir sua localização pelo IP no site https://whatismyipaddress.com/
Abra o aplicativo e clique em conectar. Ao escolher a opção AUTO, a VPN irá configurar seu IP para um endereço nos Estados Unidos ou o mais rápido para seu celular. Se tudo der certo, você verá o status de “Conectado”.
Agora, no meu caso, é como se eu estivesse navegando de um endereço de IP dos EUA. Você pode conferir se isso é verdade também em seu aparelho ao acessar novamente o site https://whatismyipaddress.com/ e conferir o novo endereçamento.
Na imagem, vemos que o país de nosso IP já não é mais o Brasil.
Então, ao instalar ou acessar qualquer aplicativo em seu celular, será como se você estivesse na localização do IP da VPN.
Se você quiser conferir a localização que é passada ao Telegram pelo dispositivo, você pode conferir em “Configurações”, após isso vá até “Privacidade e Segurança” e clique em “Sessões Ativas”.
A última sessão ativa deve ser o endereço do IP do VPN. Como podemos observar, minha localização está marcada como New York.
Se você utiliza a versão web do Telegram, é possível também instalar VPNs em seu computador. Você poderá ainda utilizar navegadores como o Tor para acessar sua conta sem o bloqueio por localização.
Assim vemos que é possível, mesmo em caso de restrições do governo, continuar a usar o Telegram ou outros aplicativos que ajudam a preservar nossa liberdade.